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Como ser criativo em tempos de crise?


As vezes me pegunto como que renomados artistas mantiveram o foco da criação, será que eles realmente eram o tempo todo criativos? Será que o processo criativo pode ser realmente comparado a uma linha de produção? Como podemos criar se estamos envolvidos na rotina desta linha? E se algum dia faltar energia por exemplo? A qualidade cair? Se você é músico ou toca algum instrumento, lê partitura, sabe que toda bela sinfonia tem suas pausas e seu ritmo, assim é a vida na minha humilde opinião. E é nas pausas que percebemos qual ritmo iremos aplicar na sequencia, é nela que optamos por continuar na zona de conforto ou embalar a nova batida.

Acredito que este é o grande dilema de uma mente criativa: Como podemos reinventar o nosso próprio negócio e a nós mesmos, sair desta zona de conforto se o mundo está um caos, se a nossa mente está um caos? A preocupação de uma doença, um parente querido que se foi, o luto, a ausência e a perda de pessoas que te inspiravam, a incerteza de um futuro cenário econômico que poderá mudar o rumo e norte do planeta, são tantas as dúvidas de um empreendedor, tantos desafios não é mesmo? E ainda como se não bastasse todas estas questões, vem o desafio de equilibrar a família com suas particularidades e singularidades, como fazer para pagar as contas e não fechar no vermelho no final do mês e ainda ter um tempo para cuidar da sua própria saúde.

Penso que não existe receita de bolo, por mais “cases de sucesso” que você venha ler. Mas penso que a obervação e o auto conhecimento podem ser peças fundamentais neste processo, mas, a pausa, ah a pausa... é essencial para manter o ritmo, é nela que você consegue o precioso tempo para observar mais, planejar e agir.

Permita-me compartilhar a seguinte história:

"Mestre e discípulo andavam pela estrada. O caminho era inóspito, agressivo. O ambiente não era favorável à vida. Muitas pedras e montanhas escarpadas de pouca vegetação. Avistaram, ao longe, uma casinha de aspecto pobre e humilde, e para lá se dirigiram.

Foram recebidos, hospitaleiramente, pelo dono da casa e sua numerosa família. Foram abrigados, e os residentes, com eles, compartilharam sua escassa comida e seu espaço para dormir. Interrogado pelo mestre, o dono da casa disse que a alimentação provinha de uma única fonte: uma única vaca da qual tiravam leite e seus subprodutos. O excedente era usado para efetuar trocas no povoado mais próximo.

Mestre e discípulo ficaram ali alguns dias, e depois partiram. Algumas horas depois da partida, o mestre disse ao discípulo:

- Volte lá, às escondidas, e jogue a vaca do topo do penhasco.

Estupefato, o discípulo argumentou:

- Mestre, como podes me pedir isto? Não percebes a pobreza de tão numerosa família, e que seu único sustento é aquela pobre vaca? E, mesmo assim, pedes-me para jogá-la do topo do penhasco?

- Sim - disse o mestre. Jogue a vaca do penhasco.

Desorientado, o discípulo decidiu atender o mestre, no entanto, não conseguia fazê-lo, sem sentir uma enorme culpa. Mesmo assim, o fez pelo mestre.

Alguns anos depois, passaram novamente pelas proximidades, o mestre e o discípulo. Sem nada dizer ao mestre, o discípulo decidiu que faria a expiação, e pediria perdão por ter jogado a vaca do penhasco. Assim, dirigiu-se até lá. Mas, quando chegou, não mais encontrou a pobre casinha em seu lugar. Havia uma construção nova e confortável. As pessoas, que avistou, eram limpas e bem vestidas, o ambiente era de trabalho, e o progresso era evidente. Foi, então, até uma das pessoas e perguntou:

- Há uns dois ou três anos, aqui havia uma pequena e pobre casinha. Saberia me dizer para onde foram aquelas pessoas?

- Somos nós - respondeu o homem.

- Não, refiro-me àquelas pessoas pobres que aqui viviam.

- Somos nós - respondeu ele, novamente.

- Mas, o que aconteceu? - disse, olhando o progresso a sua volta.

- Bem - disse o homem. Aconteceu, numa noite, um terrível acidente, em que nossa vaca, nossa única vaca, caiu do penhasco, e ficamos sem nossa fonte de sustento. Não tivemos outra alternativa, então, a não ser buscar trabalho. Descobrimos, então, nossas próprias capacidades, e as potencializamos. Como resultado, temos hoje uma bonita e confortável casa".

Por incrível que pareça, é na crise que surgem as oportunidades, é no fim que pensamos no inicio, tomamos coragem, pegamos impulso e seguimos em frente! Ache sua fonte de energia, o que te faz feliz e levantar da cama todas as manhãs, dê sua pausa, recarregue e siga em frente com o sentimento de gratidão por estar vivenciando essa magnífica experiência chamada vida! Lembre-se que a depressão é o excesso de passado, a ansiedade é o excesso de pensamentos futuros e a real vida, o equilíbrio, é o presente!

Um breve exercício para ilustrar um pouco mais toda a essência aqui apresentada:

Feche os olhos, coloque os dedos indicadores nos ouvidos e tampe-os até vedá-los por completo, escute o ar entrando e saindo dos pulmões, ao fundo as batidas do coração como as de um relógio contando os segundos, se pergunte neste momento: quanto tempo será que eu ainda tenho? quantas batidas ainda este relógio irá contar? Respire fundo mais uma vez, medite, ore, mas foque no momento presente e nas reações do seu corpo. Retire os dedos dos ouvidos e escute o som do mundo ao seu redor, aprecie a sinfonia e o seu novo ritmo, faça valer os segundos!

Um abraço,

Thiago Lyra

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